Se o jovem para de estudar não consegue se qualificar e melhorar na profissão. Daí a necessidade de conciliar estudo com trabalho. No dia 9 de novembro de 2010, estivemos no cursinho da Póli (curso preparatório para o vestibular) e fizemos uma entrevista com Alessandra Venturini, coordenadora pedagógica do curso, que nos contou como planejar melhor a universidade e a escolha de um trabalho.
Expressão Jovem - Como escolher melhor a profissão?
Alessandra Venturini - Para ajudar a decidir na escolha da profissão é preciso descobrir do que se gosta de fazer e não adianta ir pela moda. Geralmente tem uma novela que tem um advogado que ganha bem, tem uma vida maravilhosa. E daí qual é a mensagem? A mensagem é que ele é feliz, tem dinheiro, uma grande família. Não é legal ir atrás de modismo.
A segunda coisa é pesquisar, daí vale ver o que gosta de fazer desde o colégio, quais disciplinas os jovens mais se identificam e o que envolve a profissão escolhida. Tem gente que chega aqui querendo ser advogado e a primeira pergunta que eu faço é: ‘você gosta de ler?’. Se a resposta for não, eu digo que ele pode desistir. Advogado tem que ler livros enormes, que sempre são atualizados, a lei sempre muda.
E quando o jovem quer ser alguma coisa e os pais não aprovam?
Cada um tem o direito de escolher o que gosta e não o que o outro decide por ele. Tem casos de alunos que querem fazer música e o pai diz que ser músico significa não fazer nada. Eu me pergunto: ‘quem disse isso?’. Já conversamos com pais para dizer que a escolha deve ser do filho, senão ele pode ficar frustrado.
Quais são as profissões mais procuradas pelos jovens?
Artes cênicas, engenharia, medicina, jornalismo, veterinária e fisioterapia.
O sucesso no mercado de trabalho e a entrada em uma universidade se devem a oportunidade ou inteligência?
Tem aluno que chega aqui e fica em dúvida se vai conseguir resgatar tudo o que a escola não ensinou em apenas um ano. Daí ele acaba prestando vestibular e consegue passar. Isso não significa que quem não conseguiu aprender é burro e quem passou é inteligente, a diferença é que um aproveitou as oportunidades mais que o outro. O próprio diretor daqui, que veio de ensino público, disse para a professora da escola que queria passar na Politécnica, na USP, e ela falou: ‘ah, tá bom’ (com tom de ironia e duvidando da capacidade dele) e olha só aonde ele chegou.
Como ter certeza da profissão que vai seguir?
Não dá para ter certeza do que se escolhe 100% não. Se estiver em dúvida, vale passar o dia no local do trabalho. Por exemplo, se quer fazer culinária passa o dia em um restaurante. Uma orientação profissional, como a que temos aqui, também pode ajudar muito.
Por que fazer Enem?
Para conseguir bolsa, o melhor é prestar Enem. O Enem é a porta de entrada para passar no vestibular. Ajuda no ingresso à faculdade federal e também confere bolsas para as faculdades particulares, por meio do ProUni e Cotas para Negros. Além disso, tem empresas que pedem para ver a nota do Enem antes de contratar o funcionário.
Qual a principal qualidade que o jovem deve ter para entrar no mercado de trabalho?
Uma coisa que ajuda a diferenciar o jovem que quer entrar no mercado de trabalho é sair do comum, ter senso crítico. Todo mundo pensa a mesma coisa então o jovem pode achar que deve pensar igual; só que cada um deve ter sua opinião. Senão perde autonomia e grau de reflexão.
Box – Preço que dá para pagar!
O cursinho da Póli possui 25 anos, surgiu com alunos do curso de Engenharia da Politécnica da Universidade São Paulo (por isso o nome do cursinho ser Póli). O objetivo era ajudar alunos da escola pública a entrar na universidade. Além de preparar para o vestibular, o cursinho também é procurado por quem quer prestar concurso público, Enem, curso preparatório para empresas e fazer reforço escolar. O valor da mensalidade varia entre R$ 100 a R$ 250.
Box - Sugestão de leitura
“O que é escolha profissional”, Dulce Helena Penna Soares, Coleção nº212 - Primeiros Passos. O livro pode ser encontrado na biblioteca do Espaço Esportivo e Cultural BM&FBOVESPA para empréstimo.
Edição de texto: Luiz Felipe Ribeiro
Colaboração: Rafael de Carvalho Araújo, Thaynara Rhafanelly Lopes e Edilane de Deus.